outubro 28, 2010

A vergonha nos intimida


A vergonha nos intimida... Petrifica-nos.
Muitos nunca se deram conta da quantidade de aventuras ou ações que deixamos de fazer por conta da vergonha ou timidez, que para mim é a mesma coisa.  Eu mesmo já fui vítima de tais acontecimentos, como chegar numa garota – gatíssima-, que, por sinal, me arrependo até hoje, ou como deixar de fazer “putaria” (desculpe-me pela palavra, mas é necessária) com os amigos num bar derrubado, onde o que importa é se tem cachaça. Às vezes, me arrependo, outras... Não.
Bem, não venho aqui escrever um texto sobre arrependimento, e sim sobre vergonha. Mais precisamente, vergonha de amar.
CAIA NA REAL! A maioria das pessoas sente vergonha de amar. Você já percebeu? Tomara que não, pois se não meu texto não terá fundamento para ti.
Por que demoramos tanto dizer um “eu te amo”, mas sem vulgarizar? Simplesmente, vergonha. A maior vergonha de todas é o amor, pois a sua imensidão faz jus ao “tempo de superação”, que, às vezes, é muito chato, muito mesmo!
Diante disso, pode-se visualizar o quão somos inconstantes frente ao amor. Morro de rir quando esse é o assunto, pois, depois de tantas “quebradas de cara”, vejo o amor como algo cômico da vida, mais uma fase a ser separada, podendo ser sozinho, amor platônico, ou em grupo, quem sabe...
Dizer um “eu te amo” vergonhosamente é dizer um “eu te amo” sem vulgarizar. Frases curtas, mas intensas, quando vulgarizadas, levam ao lixo, ao ócio poético, ao “anti-ode”.
Quer saber... Diga o que quiser, mas agüente as conseqüências de uma vergonha oculta, mas sem sentido, sem sentimento. A VIDA É SUA!

outubro 24, 2010

Ponto.


Ponto... Ponto...
Simplesmente visualize.
Visualize uma imensidão do branco sob um ponto. Ponto preto. Limitar-se a ele não é a atitude mais sábia a ser feita. Limitar-se é alienar-se.
E se apagar o ponto preto, o que restará?
Você seria apagado também?
Deslocar-se-ia de uma vida concreta, focada para viver num surrealismo inconstante?
Viver sob uma constância inconstante, viver sob uma metamorfose ambulante, viver em função de perguntas e abstrações pode levar você ao nada. Nada.
Felicidades que vão sumindo como o murchar de cravos, saudades que surgem como o florescer de uma flor de Lótus, esperanças que são levadas pelo vento. Carência? Espero que não, apenas vazios que não tenho como preencher. Fuga de emoções, sentimentos.
“Heróis são aqueles que tornam magnífica uma vida que já não podem suportar”. Heróis são aqueles que não negam nem endeusam a utopia da vida. Momentos surreais vêm à tona, resumindo-se a um ponto.
Ponto... Ponto...

outubro 18, 2010

O outro lado

P.S.: Texto é muito antigo, dá época que eu tinha inspiração.

Na infância, geralmente, as pessoas apresentam atitudes singelas, honestas e sinceras. Entretanto, quando vai crescendo e obtendo maturidade, o lado “sombrio” das pessoas vão se tornando mais perceptíveis.
Quando criança, aos sete anos de idade, mais ou menos, brinquei muito com várias outras crianças (lógico) de raças e classes diferentes, mas uma me marcou. Tenho dúvida se ele era real, ou fazia parte da minha imaginação. Lembro que o conheci na rua e acabamos indo brincar no quintal lá de casa. Não lembro seu nome, não lembro suas feições, lembro apenas que ele era verdadeiro.
Quando brincávamos, perguntei-o:
- Onde você mora?
- Ali! Do outro lado! – apontou o menino para o muro, respondendo a pergunta.
Nada respondi, pois não havia nada depois da parede. Continuei a brincar.
O tempo foi passando e eu, esquecendo a virtude da amizade. Chego à adolescência, meus ideais infantilizados vão-se de forma discreta, como um sopro em um vão. Recordações são apagadas sem questionamento. Entretanto, ainda lembro-me desse menino, levando-me a dúvida:
-Onde é o “outro lado”? Será o outro lado da vida? Dos meus pensamentos? Das dificuldades?
Enfim, este “outro lado” acabou mudando o rumo da minha vida sem eu perceber. Teria sido um anjo que me fez desmanchar sobre palavras jogadas ao léu de forma inocente? Espero que sim.

Eduardo Mulato

outubro 14, 2010

Governa-me

Como podes em meu coração presenciar,
Se nem ao menos o dei a ti?
Aludi-me frente ao ódio e às trevas a que me encontro
Sou apenas um servo de vosso amor,
De Vossa Majestade, Rainha da minha ilusão.

Teus pés desnudos que atravessam o meu pensar,
Sem nem ao menos me pedir permissão.
Concessões que revigoram o teu ego,
O teu jeito surreal de me ver.

Sois apenas uma jovem a aludir-me,
A provocar desconfortos em teu reino.
Quero governar-te assim como me domaste,
Desprovido de uma madrugada insone,
Esperando a aurora crepuscular dos teus sonhos.

Sirvo-te com propósitos,
Mas sem rimas.
Sirvo-te com o esplendor de pensamentos platônicos.
Embora assuma que não és de minha graça,
Mas que sejam feitas as tuas vontades.


Oh, Doce Rainha,
Inerva-me com tuas congratulações,
Pelo menos, assim espero.
Sem o pesar de que o amanhã virá,
Para amar-te cada vez mais.


Eduardo Mulato

outubro 08, 2010

O último olhar


Olhe-me.
Olhe-me como se fosse a última vez. Não entendo a minha angústia, minha desaceleração ilusória. Não me arrependo dos meus atos. Olhe-me.
Não me negue na sua vida. Perpetue-me. Não quero suas lágrimas, não quero a sua “pena”, não mereço. Por favor, não sofra por mim. Acate este último pedido. Necessito de liberdade. Liberte-me. Olhe-me.
A dor que me assola constantemente é a mesma que assola o seu pensar, a sua feição. Desculpe-me. Se hoje não posso erguer-me para te ver, desculpe-me. A minha vida baseou-se no Determinismo da sua trajetória, do seu destino. Se não lhe dei mais atenção. Desculpe-me.
Imagine que estas diante de mim, mas não de forma inferiorizada, e sim, igualitária. Imagine que nunca é tarde de mais para nos amar. Ama-me. Caso eu seja a constância da sua vida, não me alterne. Apenas, ama-me.
Mesmo com todas as dificuldades, sempre seguirei você. Irei proteger-te, acariciar-te, viver ao seu lado por toda a eternidade. Imortalizei-me nesse mundo medíocre, nesse mundo onde apenas você pode decidir meu futuro.
Se eu estou morto, não quero que seja para ti. Se estou morto, quero que retire essas sombras que presenciam o seu olhar. Se eu estou morto, olhe-me pela última vez. Olhe-me...

outubro 03, 2010

Desejo

Desejo...
Olhar nos teus olhos
Vislumbrar os teus pensamentos
Ler a tua alma
Sentir teu coração ardendo
Desejos de confissões que vem me corroendo.
                                              


Dedicado a Amanda Andrade.

Eduardo Mulato

 

Queria saber te amar...


Queria saber te amar
Por mais difícil que seja
Quero conseguir
Ter seu amor junto a mim
Para nos enlaçarmos sobre o infinito

Queria saber te amar
Não importando o que o destino tenha traçado
Desafiarei gigantes e dragões
Para que possuíamos um momento
Que seja singelo e intenso.

Queria saber te amar
Para que todos nos olhassem e se indagassem
O quanto é a graça de ter você comigo
Levando meu medo à fuga e a minha felicidade ao reencontro.

Queria saber te amar
De forma incondicional,
De forma indomável, intenso,
Perpetuando-se sem paradoxos,
Isolando a solidão contida.

Queria, apenas, saber te amar...

Eduardo Mulato