setembro 03, 2010

O silêncio de uma madrugada

Chegam momentos do dia que você fica sem saber o que falar e o que discutir. Fico a esperar o sono, que teima em não invadir-me. Passo a escutar um nada, um vácuo abaixo da estratosfera de um subconsciente que não é o meu.
Movimentos na rua. Maconheiros a fumar. Escuridão que torna o ambiente o mais sepulcral possível. Não há santos nem anjos que levem a libertação de espíritos da madrugada. Mas, afinal, quais são os segredos de uma madrugada?
Acabo de ouvir um barulho na cozinha. Coração passa a disparar. Outro barulho. O que está acontecendo? Vou adentrar a casa para voltar ao meu ócio relaxante ou continuo numa pressão sistólica descontinua? Não importa. Aproveite o silêncio da madrugada que assolam os seus ouvidos, os seus sentidos em geral, até você perder a consciência e ir direto a um mundo onde não se sabe como chegaste lá.
Tentei refletir sobre o que se passa em uma madrugada. Tentei descobrir-me em uma madrugada. Desfrutei e desabrochei meus sentimentos. Deixei-me levar ao máximo pela intuição. No fim, tudo convergiu para o NADA.
Acho que o “silêncio” já não e mais silêncio, e sim perturbação. Acho, também, que a “madrugada” já não é mais madrugada, pois o crepúsculo matutino veio a iluminar meus olhos e as minhas inconstâncias.
Mas, afinal o que acontece sob o silêncio de uma madrugada?

2 comentários:

  1. É impressionante como você passa todo o sentimento que é seu para o leitor, meche muito fortemente com a imaginação, o piscologico e o real. Very Good.! Você tem o Dom.!

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